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Indústrias antecipam recebíveis de contratos para aquisição de insumos durante crise de desabastecimento

Falta aço na indústria automobilística, plástico no setor de limpeza e perfumaria, e papelão para embalar os produtos em praticamente todos os segmentos. Essa baixa generalizada dos insumos no setor industrial teve início em novembro de 2020, quando a economia deu sinais de recuperação e a demanda por produtos voltou a subir. A Fundação Getúlio […]

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Falta aço na indústria automobilística, plástico no setor de limpeza e perfumaria, e papelão para embalar os produtos em praticamente todos os segmentos. Essa baixa generalizada dos insumos no setor industrial teve início em novembro de 2020, quando a economia deu sinais de recuperação e a demanda por produtos voltou a subir.

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou uma sondagem em dezembro do ano passado indicando que 55,5% das indústrias disseram ter dificuldades para obter matéria-prima no mês anterior. Naquele mês, o setor de vestuário era o que mais enfrentava dificuldades, com queixa de 74% das empresas.

Renato da Fonseca, gerente-executivo de Economia da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em entrevista à CNN em janeiro deste ano, fez uma análise das razões que levaram a indústria brasileira ao desabastecimento de insumos.

Na conversa, Fonseca afirmou que quase todo o setor industrial tem enfrentado dificuldades para atender os clientes em decorrência da crise sanitária. “De repente, o mundo parou e o consumidor desapareceu. Rapidamente as empresas ficaram sem receita e a opção foi diminuir os estoques, já que não há como manter estoques, pagar salários e aluguel sem receita”, disse.

Após a redução drástica dos estoques durante a onda mais séria da crise, com a reabertura do comércio, o consumidor voltou rapidamente, reaquecendo a cadeia produtiva. “As empresas foram pegas de surpresa, quando todo mundo achava que a crise ia durar um pouco mais”, observou Fonseca à CNN. Segundo o executivo, cada indústria tem um ritmo de retomada diferente. “Setores como o siderúrgico e o de cimento, por exemplo, podem levar meses até religar os equipamentos e alcançar 100% de sua capacidade produtiva”, complementou. O descompasso, então, gerou o desequilíbrio que se vê nesse momento em toda cadeia produtiva.

Injeção de capital ajuda empresário a negociar melhores condições de compra

Em setembro de 2020, os mais diferentes setores da indústria brasileira se viram impactados pela escassez de insumos, o que fez o preço da matéria-prima disparar. Além disso, a falta de aço, alumínio e plástico tem causado gargalos nas linhas de produção Brasil afora e feito pequenas, médias e grandes indústrias – como Honda e GM – interromperem suas linhas de produção.

“Um movimento evidente em nossa carteira de clientes indica uma estratégia para garantir o abastecimento de insumos, além de buscar melhores condições de preços junto aos fornecedores de matéria-prima, que é a antecipação de recebíveis de contratos e pedidos formais”, afirma Tiago Schuelter, vice-presidente da Taipa FIDC.

A antecipação de recebíveis é uma linha de crédito em que uma empresa recebe antecipadamente os valores que só iria receber nos próximos meses. Ela tem sido a alternativa das indústrias que querem planejar a produção e negociar condições diferenciadas com seus fornecedores de insumos e matéria-prima. Em um momento delicado economicamente, a antecipação de recebíveis pode ser uma saída eficaz para uma empresa ter mais tranquilidade com seu fluxo de caixa, sem recorrer aos financiamentos bancários. Evita-se, dessa forma, comprometer recursos com o pagamento de juros ou utilizar os limites da rede bancária tradicional.

No Brasil, as operações financeiras envolvendo compra e venda de bens ou prestação de serviços deve ser comprovada pela emissão de nota fiscal. O registro documenta informações como o valor da compra, forma de pagamento, tomador e prestador do serviço, ou comprador e vendedor. Por se tratar de uma operação já muito comum, tornou-se uma prática a utilização de notas fiscais como lastro de operações para obtenção de crédito visando a reestruturação do fluxo de caixa da empresa.

Contratação remota e automatizada

Outra modalidade de operação disponibilizada por alguns Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) é a de antecipar recebíveis com base no contrato assinado entre empresas e seu cliente ou por meio de pedidos formais do cliente tomador. “Adotamos um sistema rigoroso e parâmetros de conferência que mitigam os riscos da operação para todas as partes. Além disso, antes mesmo da pandemia, todo o processo de análise cadastral e de crédito pela Taipa já era realizado de forma remota e automatizada para fornecer mais comodidade aos clientes e dar mais agilidade às nossas operações”, conta Schuelter.

Passada a etapa de análise e aprovação de crédito, é feita a elaboração do contrato de cessão de direitos creditórios, fase na qual o cliente já pode começar a operar. “Ao enviar os títulos para a antecipação de recebíveis, no mesmo dia a empresa já recebe o valor do recebível no seu fluxo de caixa, o que lhe dá mais segurança para negociar condições favoráveis junto aos seus fornecedores, além de planejar estrategicamente sua produção”, finaliza o executivo.

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