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Em diferentes oportunidades, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a economia ‘voltou em V’. A recuperação em ‘V’ indica uma queda acentuada e repentina na atividade econômica seguida de um rápido retorno da economia ao patamar anterior, formando o desenho da letra V no gráfico de variação do PIB.
Guedes, no recente Encontro Anual da Indústria Química (ENAIQ), realizado em 3 de dezembro, afirmou que a recuperação cíclica já aconteceu. “Aconteceu o V, acabou o V.”, disse o ministro, argumentando que o Brasil já se apresenta na fase de discutir o crescimento do próximo ano. Em entrevista ainda mais recente, em 12 de dezembro, desta vez ao programa Canal Livre, Guedes repetiu que a economia teve uma recuperação em ‘V’ após o baque da pandemia, e que colocou o Brasil em pé. Agora, a recuperação do PIB passa a ganhar um formato de “raiz quadrada”, como chamam os economistas. É quando a economia perde a tração e passa a andar de lado.
Se a fala do chefe da pasta de Economia pode parecer tendenciosa para alguns, enquanto preditiva para outros, o que dirão os especialistas de mercado acerca da perspectiva econômica do Brasil e do mundo? Neste artigo, reunimos algumas projeções de diferentes institutos para ajudar os leitores do blog da Taipa a compreenderem como o ano se encerra e quais diretrizes ele aponta para 2022, confira.
Estagnação vs. recessão
O PIB registrou retração por dois trimestres seguidos, o que economistas de mercado classificam como recessão técnica. No entanto, pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) afirmam que o cenário é de estagnação. “Numa recessão, todos os setores se retraem”, disse Silvia Matos, coordenadora do Boletim Macro Ibre, durante o IV Seminário de Análise Conjuntural, realizado pelo instituto da FGV. Para a especialista, a desaceleração foi maior em virtude do agronegócio e, por isso, “denominar recessão é um pouco forte”, disse. Para 2022, o Ibre/FGV antevê boa perspectiva para o PIB da agropecuária, setor que vive um regime de chuvas satisfatório desde outubro.
Projeção de crescimento
Em setembro, a Secretaria de Política Econômica (SPE) divulgou uma Nota Informativa na qual manteve a previsão de crescimento do PIB em 5,3% para 2021 e em 2,5% para 2022. De acordo com a pasta, as projeções levam em conta a recuperação da crise causada pela pandemia, o aumento do investimento privado, a consolidação fiscal, a retomada do setor de serviços e do mercado informal, entre outros fatores.
Já as instituições financeiras consultadas pelo Banco Central, por meio do boletim Focus, projetam um crescimento menor: 5,04% em 2021 e 1,63% em 2022. A SPE argumenta que tais projeções mais ‘pessimistas’ são estruturadas com base em ocorrências poucos prováveis, tendo em vista o cenário fiscal, o controle da pandemia e a ausência da crise hídrica.
Gilmar de Melo Mendes, doutor em Economia e Administração de Empresas e professor da Fundação Dom Cabral, é autor do estudo “Economia Global e Brasil – Um panorama e perspectiva”. Nele, Mendes ressalta que um fator importante a ser considerado nos argumentos da SPE é “a qualidade do crescimento com base em investimentos privados e maior eficiência alocativa nos fatores de produção”.
Em suma, o plano do governo é transformar o Brasil em economia de mercado, com mais investimentos privados, já que a prevalência do capital privado liderou a retomada econômica 2020-2021. “O crescimento robusto da Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) representa ampliação considerável do estoque de capital, aumentando, portanto, a capacidade produtiva do país no futuro, inclusive em 2022”, aponta o estudo.
Pressões inflacionárias globais
No contexto global, Kristalina Georgieva, diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), afirmou que as pressões inflacionárias no globo devem ser transitórias, mas que acompanha o fenômeno com preocupação. Georgieva disse que quanto mais persistir o risco de interrupção de cadeias globais, maior será a pressão inflacionária. “Estamos observando muito atentamente o aumento da inflação”, afirmou a executiva durante a entrevista coletiva após a revisão sobre o crescimento global, divulgada no dia 12 de dezembro.
O FMI reduziu a projeção de crescimento global em 2021 de 6% para 5,9%, mas manteve a projeção de crescimento de 4,9% para 2022. Ao afirmar que as pressões inflacionárias são transitórias, Georgina voltou a falar sobre a importância de acelerar a vacinação para manter as projeções de crescimento.
As expectativas para 2022
O cenário de incertezas não permite aos especialistas anteciparem, com exatidão, qual será comportamento da economia em 2022. Mas há um consenso quanto a se tratar de um ano de retomada lenta, porém contínua. Há otimismo também em relação ao avanço consistente na vacinação, fator que pode servir de ganho de confiança para o consumidor e de impulso para diversos setores voltarem a crescer.
Seja qual for o cenário, a Taipa tem se preparado para trilhar o caminho de retomada ao lado do empresário brasileiro, fornecendo soluções financeiras compatíveis com o momento do negócio. Seja para aumentar a disponibilidade de capital de giro para as contas do dia a dia ou para aproveitar as oportunidades de mercado para expandir, conte com a Taipa como sua aliada financeira em 2022.