Blog

Como criar um orçamento eficiente em 8 passos

Montar um orçamento corporativo eficiente pode soar como uma tarefa altamente complexa, mas é ele quem, de fato, traça o caminho estratégico para o sucesso financeiro do seu negócio. Imagine o orçamento como um GPS para sua jornada empresarial. Ele projeta a rota que você espera tomar, incluindo as receitas e despesas, lucros e fluxo […]

Leia também

Montar um orçamento corporativo eficiente pode soar como uma tarefa altamente complexa, mas é ele quem, de fato, traça o caminho estratégico para o sucesso financeiro do seu negócio.

Imagine o orçamento como um GPS para sua jornada empresarial. Ele projeta a rota que você espera tomar, incluindo as receitas e despesas, lucros e fluxo de caixa que planeja alcançar. Cria, portanto, um guia explorando e prevendo os contornos futuros da sua empresa. É uma brisa ou tempestade que vem pela frente? O orçamento vai ajudá-lo a descobrir.

Agora, se você acha que fazer um orçamento é apenas jogar alguns números no papel, pense de novo. Não se trata de um jogo de adivinhação, mas sim de estabelecer metas financeiras realistas – um terreno firme sustentado por dados reais e previsões bem fundamentadas.

E a melhor parte? Ele atua como o seu guia durante a jornada, permitindo que você monitore o desempenho real comparado com o que foi projetado. Assim, ele protege contra possíveis obstáculos ou ajuda a aproveitar oportunidades.

Em resumo, um orçamento eficiente ajuda a empresa a:

– Estabelecer metas financeiras realistas;

– Estimar receitas e despesas futuras;

– Identificar riscos e oportunidades;

– Alocar recursos de forma estratégica;

– Tomar melhores decisões financeiras;

– Controlar e monitorar o desempenho financeiro.

Pensando nisso, elaboramos um roteiro com 8 passos para você montar um orçamento empresarial eficiente. Continue a leitura!

  1. Criando uma cultura de colaboração orçamentária

A ideia de tornar o processo de orçamento numa tarefa interdepartamental é ‘derrubar as barreiras’ entre os setores e transformar a criação do orçamento em um projeto coletivo onde cada setor tem voz ativa. Entre as ações para criar e fortalecer esta mentalidade colaborativa, destacam-se:

Inicie com workshops de planejamento:

Organize workshops com representantes de todos os departamentos. Esses encontros devem ser espaços de diálogo livre, onde todos se sintam confortáveis para compartilhar suas previsões, preocupações, e claro, suas ideias mais disruptivas.

Estabeleça canais de comunicação abertos:

Crie canais específicos (pode ser um grupo de e-mail, uma página na intranet, ou até mesmo um quadro de avisos em uma ferramenta de gestão de projetos) onde informações podem ser compartilhadas continuamente.

Use ferramentas de colaboração:

Implemente soluções tecnológicas que permitam o compartilhamento simultâneo de informações orçamentárias. Planilhas na nuvem ou softwares especializados em gestão de orçamento podem ser seus grandes aliados.

Promova a transparência:

Encoraje os departamentos a serem abertos sobre suas necessidades e limitações. O marketing, por exemplo, deve ser claro sobre o custo-benefício das campanhas propostas, enquanto o TI precisa justificar os investimentos em equipamentos novos com estimativas de ROI (retorno sobre o investimento).

Documente tudo:

Mantenha um registro detalhado das contribuições de cada departamento. Isso não só mantém todos na mesma página, como também cria um histórico valioso que pode auxiliar futuras decisões orçamentárias.

Lembre-se, um orçamento bem-sucedido não é apenas sobre números, é sobre pessoas. Ao incluir todos os departamentos no processo, não só são consideradas todas as necessidades, como também se fomenta o compromisso e a responsabilização pelo orçamento geral. Vá além do “quanto” cada departamento precisa, explore o “por quê” e o “como”.

  1. Analise dados financeiros para identificar tendências e oportunidades

A precisão de um orçamento começa com a compreensão das finanças do passado. Investir tempo na análise dos dados financeiros históricos da sua empresa é como consultar um mapa antes de começar uma viagem – ele pode mostrar a direção certa a seguir. Para executar uma análise financeira eficaz, siga alguns passos:

Aprimore a coleta de dados históricos:

Assegure-se de que você tem dados financeiros precisos e completos. Utilize um sistema de controladoria confiável e invista em coleta de dados aprimorada, se necessário.

Crie relatórios detalhados de receitas e despesas:

Separe as receitas e despesas nos relatórios. Para as receitas, destaque os principais produtos/serviços e suas contribuições para o faturamento. Nas despesas, categorize de acordo com a natureza dos gastos e identifique centros de custo significativos.

Utilize ferramentas analíticas:

Faça uso de ferramentas de análise de dados financeiros. Programas como Microsoft Excel ou softwares especializados podem proporcionar insights através de gráficos e tendências automáticas.

Identifique padrões e variações sazonais:

Esteja atento a padrões recorrentes, como sazonalidades ou flutuações de mercado, e o impacto que elas podem ter nos seus resultados financeiros.

Confronte orçado x realizado:

Compare o desempenho real da empresa com o orçamento previamente estabelecido. Analise o que causou as discrepâncias para entender onde é possível melhorar.

Examine a lucratividade detalhadamente:

Analise a margem de lucro por produto, serviço, região geográfica ou segmento de cliente. Isto lhe dará uma noção clara sobre as principais fontes de lucro e onde a empresa pode estar deixando dinheiro na mesa.

Promova revisões periódicas e análise dos resultados:

Faça com que as análises não sejam apenas vistas como parte do processo anual de orçamento. Revisões periódicas podem ajudar a identificar oportunidades e ameaças em tempo hábil.

Transforme dados em ações estratégicas:

Não basta apenas coletar e analisar dados; é preciso ativar essa informação ao elaborar estratégias de negócios precisas que maximizem os lucros e minimizem os custos. Quando examinamos dados financeiros, não estamos apenas refletindo sobre o que já aconteceu; estamos utilizando essas descobertas para estruturar um futuro mais próspero e estável. Imagine isso como um processo contínuo de aprendizado, ajustes e aprimoramento. É importante integrar essa mentalidade ao DNA financeiro do seu negócio. É uma forma de garantir que você esteja sempre um passo à frente.

  1. Estabeleça metas precisas e alinhadas com sua estratégia

O estabelecimento de metas claras e tangíveis facilitará a preparação de um orçamento eficaz e acionável. Algumas das diretrizes para definir metas de orçamento são:

Metas realistas:

As metas devem ser construídas com base em dados históricos e previsões de mercado, assegurando um equilíbrio entre o otimismo e o realismo. Isso porque estabelecer metas que são extremamente otimistas ou pessimistas pode resultar em um orçamento impreciso.

Metas específicas:

As metas para receitas, despesas e lucro devem ser específicas, significando estabelecer valores numéricos concretos em vez de definir metas genéricas. Isso permitirá um acompanhamento mais fácil e eficaz do desempenho financeiro.

Metas alinhadas:

As metas devem estar alinhadas com os objetivos estratégicos gerais da empresa. Elas não devem ser uma coleção aleatória de números, mas um reflexo das prioridades e ambições de negócio.

Ao estabelecer metas orçamentárias, considere o crescimento baseado em dados e tendências de mercado, integre projeções para novos produtos ou serviços, contabilize investimentos futuros em todas as áreas da empresa, e leve em conta todos os custos fixos e variáveis. Lembre-se: as metas de lucratividade devem ser realistas e alinhadas com o ROI desejado, assegurando que o orçamento reflita as reais capacidades da empresa e oriente eficazmente as decisões estratégicas.

  1. Identifique e analise os riscos

Identificar e analisar riscos é um passo crítico na construção de um orçamento eficaz. Avaliar riscos, tanto internos quanto externos, que podem afetar as finanças da empresa ajuda a criar estratégias para mitigá-los.

Riscos internos a monitorar:

  • Decréscimo na eficiência dos funcionários;
  • Aumentos não previstos em custos operacionais;
  • Perda de clientes-chave;
  • Desafios relativos ao fluxo de caixa.

Riscos externos a considerar:

  • Reduções na demanda do mercado;
  • Intensificação da concorrência;
  • Crescimento de taxas de inflação;
  • Instabilidades políticas e econômicas.

A proatividade na identificação desses riscos habilita a empresa a adotar medidas de contingência, como a manutenção de uma reserva financeira ou a busca por eficiência operacional, para amenizar possíveis impactos.

Como resultado, ao incorporar a análise de riscos no processo orçamentário, a empresa se torna mais apta a lidar com imprevistos e se mantém no caminho para alcançar seus objetivos financeiros.

  1. Faça projeções

Sem dúvida, fazer previsões realistas de quanto você vai ganhar e gastar é um dos pontos-chave de todo o processo. Em outras palavras, o que você espera de receitas tem que refletir o que você acredita que realmente vai entrar no caixa, olhando dados como seu histórico de vendas, a forma como o mercado tem se comportado e como você espera que suas estratégias de marketing e vendas funcionem.

Já as projeções de despesas devem incluir fatores como despesas fixas (salários e aluguel, por exemplo), despesas variáveis (como aquisição de matérias-primas e pagamentos de comissões) e futuros investimentos (como compra de equipamentos ou ações de marketing).

Fazer essas projeções não é um trabalho solitário. As equipes de vendas, finanças e marketing podem contribuir com insights que você sozinho talvez não tenha. E não esqueça de fatores que vêm de fora do seu negócio, como inflação ou as taxas de câmbio e juros. No final do dia, a ideia é que essas projeções sejam bem realistas para refletir o que você espera que aconteça com as finanças da sua empresa.

Além disso, revisar regularmente as projeções é crucial; atualize os dados e ajuste os cenários, afinal tudo muda muito rápido. Aproveite essa chance também para ver se tem onde cortar gastos. Talvez seja possível melhorar alguns processos ou, quem sabe, renegociar alguns contratos com fornecedores. Só não esqueça de considerar o impacto que essa redução poderá ter em outras partes da sua empresa.

  1. Desenhe a estratégia para alocação dos recursos

A alocação estratégica de recursos constitui um dos pilares do planejamento orçamentário e deve refletir claramente as ambições estratégicas e financeiras da organização, adaptando-se às dinâmicas do mercado e às necessidades internas.

Algumas orientações podem ajudá-lo na alocação de recursos, com destaque para:

Análise estratégica

  • Realize um exame detalhado das necessidades de cada departamento em conjunto com os objetivos estratégicos da empresa.
  • Priorize investimentos em setores de crescimento, expansão ou inovação, pois necessitam de capital robusto para desenvolvimento.

Questionamento crítico

  • Identifique quais áreas podem ter redução de orçamento sem prejudicar as operações fundamentais.
  • Analise se o investimento proposto está alinhado com os objetivos gerais da empresa.
  • Assegure que a distribuição dos recursos esteja sincronizada com as prioridades competitivas e estratégicas da organização.

Avaliação de ROI

  • Estime cuidadosamente o retorno esperado sobre o investimento para cada área de aplicação de recursos.
  • Direcione um montante maior de recursos para áreas com potencial de retorno substancial sobre o investimento.

Monitoramento e ajuste

  • Estabeleça métricas e indicadores de performance para monitorar o desempenho das áreas que receberam investimentos.
  • Esteja preparado para realinhar a distribuição do orçamento rapidamente em resposta a mudanças no mercado ou a novas diretrizes estratégicas.
  • Implemente um processo de revisão orçamentária periódica, permitindo ajustes proativos ao orçamento conforme necessário.

A alocação de recursos não é um processo estático; deve ser uma prática dinâmica que permite que a empresa seja ágil e responsiva às oportunidades e aos desafios do mercado. Desta forma, uma correta administração da alocação de recursos impulsiona o crescimento e rentabilidade da companhia, posicionando-a de forma vantajosa em sua esfera competitiva.

  1. Revise periodicamente

O orçamento é um plano financeiro flexível e adaptável. Considerando que a dinâmica do mercado, as necessidades internas e a situação econômica podem mudar, é imprescindível revisar e ajustar o orçamento regularmente para garantir sua validade e precisão.

Frequência de revisão

  • A regularidade das revisões deve ser estabelecida de acordo com a natureza e a velocidade das operações da empresa. Essas revisões podem ser trimestrais ou anuais, dependendo da dinâmica e do setor da companhia.

Gatilhos para revisão

  • O orçamento deve ser revisto se houver mudanças significativas nas condições gerais ou setoriais da economia, alterações na estratégia corporativa, início de novos projetos ou diferenças substanciais entre projeções e resultados reais.
  • A necessidade de revisão também pode ser provocada por reestruturações internas, fusões, aquisições ou quando surgem novas oportunidades e desafios no mercado.

Recalibração

  • Durante a revisão, é essencial reajustar as premissas do orçamento com base nas últimas informações disponíveis. Isso inclui reavaliar as metas e projeções financeiras.
  • A revisão permite tomar decisões informadas e realocar recursos de maneira eficaz para maximizar os resultados financeiros.

Manter o orçamento atualizado é crucial para garantir uma orientação financeira precisa e eficaz, garantindo a continuidade do cumprimento dos objetivos da organização.

  1. Acompanhe o desempenho

O acompanhamento regular do desempenho financeiro em relação ao orçamento vai ajudá-lo a identificar divergências e a implementar ações corretivas quando necessário. O ideal é que esta comparação das receitas e despesas reais versus as orçadas seja realizada mensalmente. Eis algumas boas práticas para o monitoramento de desempenho:

Análise de receitas

  • Compare constantemente as receitas reais com as projetadas e examine as razões para qualquer desvio significativo.

Análise de despesas

  • Realize comparações periódicas entre despesas reais e orçadas, categorizando-as por tipo. Questione quaisquer aumentos inesperados nas despesas.

Cálculo de variações

  • Calcule a diferença entre os valores reais e os do orçamento. Qualquer desvio acima de 10% deve ser examinado com cuidado.

Monitoramento dos Indicadores-chave de Desempenho (KPIs)

  • Analise KPIs como a margem de lucro, a proporção de gastos com pessoal/receita, entre outros.

Identificação de tendências e sazonalidade

  • Reconheça padrões e fatores sazonais que podem influenciar o desempenho financeiro.

Reuniões de análise de desempenho

  • Organize revisões mensais do desempenho financeiro envolvendo a liderança da empresa.

Ações corretivas

  • Implemente medidas corretivas quando necessário, como a redução de despesas ou a exploração de novas fontes de receita.

A monitoração do desempenho é crucial para corrigir desvios em tempo hábil e garantir a aderência da empresa à sua estratégia orçamentária.

Concluindo, podemos afirmar que a estruturação de um orçamento corporativo não se limita a um mero procedimento administrativo, mas se torna um instrumento estratégico fundamental para a condução efetiva do negócio. Ao agir como um farol, o orçamento ajuda a traçar o caminho através das incertezas do mercado, proporcionando uma base para decisões informadas e de caráter estratégico.

Sua eficiência é garantida pela capacidade deste orçamento de combinar aspectos realistas com metas empresariais, apoiado por dados sólidos e análises bem fundamentadas. Como conselho, os gestores são fortemente incentivados a dedicar tempo e recursos à criação de um orçamento consistente e bem estruturado.

Como uma ferramenta dinâmica, deve-se acompanhá-lo, revisá-lo e ajustá-lo continuamente, a fim de assegurar que a empresa não apenas sobreviva, mas prospere no ambiente competitivo de negócios. Ser proativo nesse aspecto, portanto, não é uma opção, mas uma exigência para o sucesso financeiro e sustentabilidade a longo prazo.

Você também pode gostar: 9 estratégias para reduzir os custos operacionais e maximizar resultados

Se você gostou deste artigo e quer acompanhar nossos conteúdos analíticos sobre gestão empresarial e gestão financeira, siga-nos no LinkedInInstagram e Facebook e fique sempre por dentro das novas atualizações.

Carregando...