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Efeito Tesoura: quais fatores o provocam e como evitá-lo

A boa gestão do ciclo financeiro do negócio figura entre as atividades mais complexas a cargo de um administrador. Com “um olho no peixe e outro no gato”, como bem resume o dito popular, o gestor se vê às voltas com indicadores micro e macroeconômicos, correlacionando-os para extrair deles qual direção seguir. Esse controle apurado, […]

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A boa gestão do ciclo financeiro do negócio figura entre as atividades mais complexas a cargo de um administrador. Com “um olho no peixe e outro no gato”, como bem resume o dito popular, o gestor se vê às voltas com indicadores micro e macroeconômicos, correlacionando-os para extrair deles qual direção seguir.

Esse controle apurado, ainda que bastante desafiador, é uma das principais armas do gestor para antever distúrbios no ciclo financeiro que podem colocar o negócio em sério risco. O Efeito Tesoura, tema de nosso artigo, é um destes distúrbios. Se o termo é novidade para você, continue a leitura para saber o que é o Efeito Tesoura, quais fatores o provocam e como evitá-lo.

O que é o Efeito Tesoura?

A perda de receita devido a uma desaceleração na demanda somada ao aumento nos gastos com a operação é um exemplo clássico de um possível descompasso entre dois indicadores financeiros cruciais: o Capital de Giro (CDG) e a Necessidade de Capital de Giro (NCG).

Assim, quando uma empresa enfrenta dificuldades em manter ou aumentar o CDG em ritmo compatível com o NCG, a visão que se forma é das lâminas de uma tesoura, o chamado Efeito Tesoura.

Este temido ‘fenômeno’ é um dos conceitos financeiros que integra o Modelo Fleuriet, criado pelo autor francês Michel Fleuriet. Na prática, o Efeito Tesoura evidencia uma necessidade de capital de giro crescente e que supera, de forma recorrente, a variação do capital de giro.

Como resultado, o Saldo de Tesouraria (T) se apresenta crescentemente negativo; a empresa vai se tornando cada vez mais dependente de recursos de curto prazo para conseguir bancar suas atividades.

O que provoca o Efeito Tesoura?

Marcos Villela Vieira, em sua obra Administração Estratégica do Capital de Giro, lista sete fatores que podem deteriorar a situação financeira da empresa, neste processo denominado Efeito Tesoura. São eles:

Aumento abrupto nas vendas

Todo negócio com fins lucrativos trabalha para ver seu volume de vendas crescer, é claro. Contudo, quando a companhia vive um boom não planejado nas vendas, o efeito imediato é um aumento da Necessidade de Capital de Giro. Para bancar as vendas, a empresa recorre ao lucro retido e deixa o negócio descoberto de reservas.

Queda nas vendas

Na via contrária, quando o negócio enfrenta queda nas vendas, vê seu estoque se acumular e o risco de inadimplência aumentar. Este cenário é propício para o aumento da NCG e redução do CDG, provocando o Efeito Tesoura.

Distúrbios no ciclo financeiro

Mudanças nos prazos operacionais de estoques, dos pagamentos a fornecedores ou de recebimento dos clientes podem provocar distúrbios no ciclo financeiro que colocam a estrutura financeira do negócio sob enorme pressão. Mais uma vez, há um aumento significativo da NCG, muitas vezes não compatível com o CDG.

Geração de lucros deficitária

Custos operacionais e despesas financeiras crescentes reduzem as margens da empresa e afetam negativamente seu crescimento. Desta maneira, o negócio aumenta a NCG de forma incompatível com o CDG. Sem dinheiro em caixa para honrar os compromissos financeiros de curto prazo, o T se torna crescente e recorrentemente negativo.

Baixa retenção de lucros

Ao reter os lucros, a empresa está se preparando para financiar suas operações futuras, armazenando esse dinheiro em contas de reserva. Um planejamento deficitário na distribuição dos lucros aos acionistas pode implicar na baixa retenção de lucro, deixando o negócio descoberto de reservas.

Alta da inflação

A alta da inflação é um fantasma que assombra gestores financeiros e no Efeito Tesoura ela não é diferente. Quando a inflação sobe, a NCG aumenta quase que instantaneamente. Isso acontece pela pressão exercida pela alta generalizada nos preços dos insumos e dos juros a curto prazo.

Investimentos de longo prazo

É importante que investimentos permanentes e de longo prazo sejam custeados com recursos com características semelhantes. Caso contrário, isso pode acarretar no aumento das aplicações no ativo permanente ou de longo prazo, com consequente redução ou estabilização do CDG.

Como evitar o Efeito Tesoura?

No Modelo Fleuriet, a regra de ouro é garantir que o lucro retido seja suficiente para financiar os aumentos da Necessidade de Capital de Giro.

O raciocínio é relativamente simples: as operações da empresa custam dinheiro, portanto, caso o plano seja expandir as operações para crescer, mais dinheiro se faz necessário, isto é, maior a NCG.

A partir das operações é que a empresa obtém seu Lucro Retido, fonte do recurso de reserva. Sendo assim, um controle minucioso das necessidades financeiras do negócio é fundamental para que recurso e demanda por recurso sejam compatíveis. Esse controle prevê o acompanhamento periódico do CDG, que deve sempre acompanhar a evolução da NCG.

Em linhas gerais, o aumento do endividamento a longo e médio prazos não é eficaz para melhorar a NCG. As colunas dívidas e investimentos devem evoluir de forma similar, a fim de que financiamentos ou empréstimos não cubram os investimentos, afetando negativamente o CDG. Além disso, quanto maior o grau de endividamento da empresa para aumento da NCG, maior o comprometimento dos recursos para financiamento de necessidades futuras.

Antecipação de recebíveis como solução para o CDG

Como vimos, a disponibilidade de Capital de Giro deve evoluir de forma compatível com a Necessidade de Capital de Giro. Na prática, sabemos que o descompasso financeiro, muitas vezes, decorre de eventos imprevisíveis e se tornou muito frequente no cenário pandêmico que vivemos.

Contudo, com boas práticas de gestão financeira, é possível empregar recursos próprios do negócio para financiar seu crescimento sem incorrer a empréstimos bancários. É o caso da antecipação de recebíveis, quando a empresa adianta à vista valores que receberia de seus clientes apenas a prazo.

Ao antecipar títulos, como notas fiscais ou contratos mercantis, a empresa aumenta de imediato a disponibilidade de capital de giro para custear as atividades de curto prazo, solucionar emergências no fluxo de caixa ou aproveitar oportunidades de crescimento do negócio.

Neste artigo, detalhamos melhor a antecipação de nota fiscal como estratégia para impulsionar negócios.  E se você deseja saber mais sobre as modalidades ofertadas pela Taipa em antecipação de recebíveis que podem ajudá-lo a aumentar o Capital de Giro, acesse nossa página de Serviços ou entre em contato conosco.

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